Monday, December 29, 2008

Não quero...

Aproxima-se o ano de 2009.

Não acho que haja uma razão especial, mas acho que será um ano ruim. Ruim, não. MUITO ruim. E tenho uma certeza quase que paradigmática. E logo eu que não sou dada a superstições, mas como boa brasileira que sou (baseada no princípio de que não creio em bruxas... mas que elas existem, existem!) estou tentando preparar-me psicologicamente para as vacas magras.

De facto, uma pessoa, nesta altura do ano, logo a seguir ao Natal (que me deixa sempre extremamente piegas), pára para pensar na vida, em tudo o que aconteceu, nas escolhas que fez... e depara-se com coisas boas e más, coisas que repetiria e coisas que mudaria, se pudesse. Ainda bem, para a minha sanidade mental, que mesmo quando penso que algo poderia (ou até deveria) ter sido feito de outra forma, não me destruo em remorsos. Nem em nostalgias. Mas é inevitável, tendo como base o ano que termina e a retrospectiva que se faz, considerar e fazer algumas previsões para o ano que começa. E por mais que não veja de onde, acho que vai ser tudo muito ruim.

Talvez seja o passar dos anos. Talvez seja a solidão. Talvez seja porque não acredito mais em fadas. Talvez seja porque não vejo maneira de ser diferente. Ou pior, acho que, daqui para a frente é, como no Beleza Americana "This will be the high point of my day; it's all downhill from here". Não sei.

O que sei é que para Janeiro tenho cá meu primo querido, Rodrigo. Depois vem o tal brasileiro com o qual irei fazer experiências com imensos ratos.Tantos que o Puedro até já disse que podemos adiar as MINHAS experiências da rataria. Em Março/Abril tenho o encontro da British Society of Parasitology, Edimburgo. E, provavelemente, fico por lá por umas semanas para, finalmente, fazer a parte do trabalho que era suposto fazer, desde 2007. Em Setembro tenho o congresso em Verona. Nesse meio tempo, queria viajar, por um fim de semana, ou assim... Sozinha. Ia ser bom. Assim como têm sido boas as férias de Natal aqui no Porto (não me entendam mal, mas é uma merda sempre que tiro férias ter aquela imposição de ir para o Brasil.......)

Mas o mais provável é que, assim como este post (para o qual parece não haver um fim), 2009 será mais um ano. Meu pai vai continuar do outro lado do oceano, vou continuar a não entender a minha mãe, a Natália vai continuar no Porto, vou continuar a ter como certo o nada e os ratos...

Sem grandes eventos. Porque tudo vem de dentro para fora...

Nada.

Thursday, November 20, 2008

leftovers

e sobrou um pé de alface murcho, 2 iogurtes pro cocô, um bocado de carne moída, muita neblina...

...eu e a micha.

Thursday, November 13, 2008

o biotério é o melhor lugar do instituto

Os ratos são tão o máximo! Os ratos não falam. Os ratos não fazem má cara quando eu chego. Os ratos não se ofendem quando eu os trato mal. Os ratos não entendem mal as coisas que digo. Os ratos não me cobram dead lines. Eu não tenho nenhuma pendência com os ratos. Não me dão sensação de culpa ou remorsos. Os ratos...

Coitados dos ratos.


Crapules, salauds
Bourgeois, blaireaux

Tuesday, October 21, 2008

à manivela

Normalmente, uma pessoa que tem por hábito escrever num blog, o faz por ter a mania de que:

1. as coisas que vive são engraçadas/absurdas/ridículas/horríveis e merecem ser narradas;

2. consegue escrever de uma forma minimamente agradável/inteligível;

3. gosta de partilhar as experiências e a maneira como as vê com os outros (conhecidos ou não).



Pelo menos, pensando assim, fria e rapidamente, estas são as premissas básicas, sem as quais, nem vale a pena iniciar um blog.

Mesma coisa com um diário. Só que, nesse caso particular, a partilha não é, de maneira nenhuma, um objectivo. Mas, por outro lado, escrever ajuda a ordenar os pensamentos, coisa que dá imenso jeito (especialmente a gente monotarefa como eu...).

Mas já há um tempo, tenho sentido uma dificuldade absurda de escrever. Até têm acontecido coisas narráveis, mas as palavras escapam-me e tudo não passa de uma boa intenção. Mesmo este post está ordinário, básico, medíocre. Não sei, sinceramente, o que se passa. Não sei se perdi o meu "mojo" ou se ganhei senso crítico.


O que sei é que não é só para escrever no blog. Tem sido pra tudo. Sinto que tenho na cabeça um processador de um PC486. Que sou lenta e burra. Que acontecem muito mais eventos que eu consigo processar, e assim, congelo...


e congelada estou. Não consigo arranjar um final decente


Saturday, October 18, 2008

1 fds, 2 fds

Depois de voltar do Brasil, rapidamente voltei a ter que milimetrar planos e memorizar o calendário. A Dinora goza e pergunta-me o que significam 14 míseros ratos... "Queremos a nossa Louise de volta"... Verdade seja dita que eu estive, de facto, doente. Mas mais verdadeiro ainda é o facto de que estava apenas apanhando embalo. Na semana senguinte foram 34. Nesta 78. No dia do Juízo, acerto as contas...

O que importa mesmo é que estou de volta em força! E semanas assim voltam a merecer fins de semana a sério.

No sábado passado, encontrei-me com a minha querida Nat Nat, Vasco e Houda Halley (da esq para a dir)para uma festa Pop fantástica no Santiago Alquimista. Só tocou Madonna, Michael Jackson e Prince. Não é preciso dizer que eu, tolinha, do alto dos meus sapatinhos novos (roxos e sexys), não consegui andar de volta para o carro, no fim da noite. Mas ok. Da próxima, eu levo umas sabrinas na mala...

Wednesday, October 01, 2008

Diário de Via(da)gem

Publico aqui algumas fotos da minha ida ao Rio de Janeiro, que continua lindo! Na verdade, estive em 3 cidades, e em cada uma delas, senti-me como em países diferentes... mundos diferentes.
3 semanas de carinho.

Começando pelo começo...


Cheguei e, sem mala, fui pra Maricá. Apanhei DOIS fantabulásticos dias de Sol e praia. weeeeee


Meu tio Beto e a Márcia






E aqui a prova! Eu e minha Mãe na praia.






Dia 11 foi aniversário da minha Mãe e fizemos lá uma mega festa, como mega convidados e um mega bolo!!



Depois disso, agarrei nas trouxinhas e corri para Teresópolis. Cidade do Pico do Dedo de Deus,


Terra do frio polar, da D.Natália, da Jujuba, da Cabíria e, agora também, terra do Jorge.




Onde há Hora do Doce,




Hora da Matemática



e Hora do Doce com Matemática


Quando cheguei no Rio fiquei na casa do Tatuzinho e da Mari...
Segunda foi dia de muita correria que acabou na casa do Marco Aurélio, com o clã dos limões...

azul X roxo



Na terça, fomos a um barzinho com o meu primo querido Ro e com o Wan, para variar, sempre presente! :-D



Depois de ver a Selma, minha eterna Buddy!!, fui pra Jacarepaguá ver a Gisele, que qualquer dia desses aparece na Caras, casada com o Meritíssimo Digão...


Inacreditavelmente(?), minha câmera resolveu que me ia sacanear e perdi as fotos da quinta, quando estive com minha tia Leny, com a Eliza e com a Lu. Mas o Wan (mais uma vez, o Wan) fotografou os últimos momentos. Na casa do Tatuzinho, depois de uma longa noite de debate de temas, estávamos todos fresquinhos, prontos para mais 12 horas de conversa!





Foi muito bom. Nem há palavras.

Friday, September 26, 2008

Ray of Light

Sempre que venho ao Brasil quero ver 1 milhão de pessoas e, como é óbvio, sempre fica alguém de fora. Sempre é uma correria, sempre é um desespero. Atrasos, ônibus, 2, 3, 4 horas é pouco para por um ano (às vezes, mais!) de saudade em dia.

Ontem, como quarta e terça e segunda, foi a mesma coisa! Nessa, vi um monte de gente! Acredito que consegui estar com 80% das pessoas com quem eu gostaria de ver.

Verdade é que passei mais tempo indo e vindo do que lá, onde quer que eu tenha ido. O que acontece é que o Rio de Janeiro é uma cidade ENORME. Eu já parecia a Sofia Borges: saio agora às 10h, vou ao Centro da cidade, compro umas coisas, na volta passo no Rio Sul, compro outras coisas, e, antes do meio dia estou de volta..........

Gosto de sonhar com o dia em que irão inventar o teletransporte, o qual irá transformar todo o tempo gasto em tempo útil.

Thursday, September 25, 2008

Homo sapiens sapiens

"A gente só se reproduz porque é safado, não é porque forma casalzinho!"





Mari, sobre as vicissitudes da vida a dois...

Monday, September 22, 2008

NASCEEEEEU


A Alexandra nasceu!

Hoje, às 11:50h!!


:-D

Na toca do Tatu


Tatu e Mariana são "gente que faz":

Wednesday, September 17, 2008

Cabíria




A minha madrasta (ou boadrasta, como ela prefere ser chamada) caiu de pára-quedas na minha vida quando começou a andar com o meu pai. Não. Ao contrário. Caí eu, de pára-quedas na vida dela quando vim, em 2005 visitar meu Pai em Teresópolis, pela primeira vez, depois de me ter mudado para Portugal. Desde o primeiro instante (eu e essa minha mania de achar que olho para as pessoas e “vejo”) gostei muito dela. Conversamos por imenso tempo enquanto eu ainda tentava me acostumar ao facto de ter ali, depois de 2 looongos anos, bem na minha frente, o meu Pai – eu sei que isso parece papo de filho adoptivo que reencontra os pais biológicos, mas enfim… há gente e situações que me causam os efeitos mais inesperados.

No ano passado, confesso que não sei muito bem o que se passou. Tenho a impressão de que ela não esteve aqui por muito tempo… quase não convivemos, quase não conversamos. E dos 3 ou 4 diálogos que tivemos, só me lembro do desastroso dia do “todas as pessoas de quem eu gosto, tenho a certeza, vão para o Inferno”. Os olhos verdes de Cabíria arderam em chamas e ela respondeu indignada: “Ah, mas eu não vou pro Inferno, não!” Já nem me lembro bem do que pensei: se ela estaria ofendida pela sugestão da sua maldade ou se pela sua exclusão do círculo de pessoas que eu amo.

Este ano, Cabíria tem estado, sem dúvida mais presente. E apesar de Libra que é, não é uma pessoa calculista, e nem tão pouco indecisa! Blá blá blá psico-exotérico à parte, eu, que sempre critiquei minha mãe pela conversa do “sou muito velha para correr atrás de homem” aos 45, tenho que tirar o chapéu para a Cabíria, que, mesmo depois de um casamento de 15 anos, 2 filhos e muita estrada, acredita cegamente que é sempre tempo de recomeçar, e que tem força de vontade e paciência (de Jó) para viver (ainda mais quando é) com alguém (tão parecido comigo) como meu Paizinho.

Pode haver aqui algum desavisado, perdido na blogsfera, que venha dizer que eu sou um docinho de pessoa, tão cândida! Mas quem me conhece a sério sabe bem que de docinho tenho pouco. Ou então, sou a perfeição de criatura com o sentido de auto-crítica mais apurado do universo. De um jeito ou de outro, a ordem dos factores não altera o produto. Assim, acho que viver com meu pai é fantástico. Mas só serve para alguém como eu, feita da mesma forja que ele… ou então, como a Cabíria.

Ah e tal que, então, eu contei para Cabíria uma certa estória que anda acontecendo num gerúndio à conta-gotas na minha cabeça, e eu, com a ilusão pateta da armadura de adamantium que veste a minhoca, depois de 2 ou 3 perguntas simples, fiquei totalmente nua, desvendada, reduzida ao mais banal dos lugares comuns. Não é todo mundo que tem o direito de olhar e saber, de dentro para fora, aquilo que sinto. Ainda não preenchi este formulário para ela. Mas ali estava eu, sem palavras, sem argumentos, sem razão. Teimosa que sou, ainda assim, acho que ela esconde uma carta na manga: ela vive com meu Pai. E conhece o meu Pai, no melhor e no pior que a armadura tem para oferecer. Diz e repete, em alto e bom som, para quem quiser ouvir: ba-ba-qui-ce! Perda de tempo, lamechice, viadagem.

Ai de mim!

Saturday, September 13, 2008

Férias férias

Aqui estou eu, finalmente, de volta à civilização!

Mesmo só do Aeroporto pro fim do mundo (leia-se Barra de Maricá), coisas bonitas já aconteceram! A IBERIA perdeu minha mala... (pois é Sofs)
Perdeu não. Na verdade, a mala ficou em Lisboa... talvez, pela força do hábito, a mala achasse que devia ir para o Porto, com a Natália. Mas conseguiram lá convencê-la (à mala, não à Natália, infelizmente) a vir pro Brasil... e, mesmo a contra-gosto, a mala foi parar no destino certo.


Valeu como boas vindas à Pátria amada, Mãe gentil e pelo susto de achar que tinha perdido as minhas roupinhas preferidas.


eu e o fantástico roupão de setim da minha mãe


Fora isso, houve (alguma) praia e muita música e diversão com meu Tio Beto no fim de semana.

Teve também muito debate de temas com a minha mãezinha...
engraçado como, em Maricá, as horas demoram tanto a passar e, apesar disso, o tempo passa tão depressa...




Agora estou em Terê. Acabei de chegar. E meu pai está com a corda toda!

Na padaria: "Dá-me vinte franceses que eu vou fazer uma revolução"

Tuesday, September 02, 2008

Computer says "Yes!!"


eis que há parasitas maravilha!!!!!!!


nem parece verdade, mas a vida cientista, às vezes, compensa!

Friday, August 29, 2008

Sou uma preguiçosa!

Meu querido amigo Pedro Setti Perdigão está a mochilar pelos arredores das Argentinas... e como tal, escreve um diário de viagem que envia aos amigos para que nós acompanhemos o seu percurso e suas peripécias.

Num dos e-mails, Pedro faz uma pausa, a meio da narrativa, para explicar que, antes de fechar a mala, uma pessoa deve parar e incorporar a Poliana (que é o ícone da easy-goingness, que beira a palermice). Só se deve sair de casa com a certeza de que alguma coisa (possivelmente tudo) vai sair diferente dos planos e que haverá perrengue.

Eu, que me acho uma pessoa sem a menor paciência (de Jó), que acho que sou explosiva e que fico facilmente com raivinha (especialmente de objectos e circunstânicias), cheguei à brilhante conclusão que, na verdade, eu tenho sim um quê de Poliana. Nas viagens (curtas ou longas) que faço, saio sempre de casa pronta pro que der e vier. Na verdade, nem gosto muito de ter tudo milimetrado (já basta ser psicopata no laboratório), porque quanto mais uma pessoa planeja, maior a chance de se decepcionar com o resultado final. E, pensando bem, fora as experiências que faço (que já me tomam 90% do meu tempo e da minha energia útil), NADA mais é planejado. Normalmente, decido o que vou fazer a seguir, em cima do laço, meu fim de semana é combinado na sexta-feira, decido o que vou comer quando chego ao restaurante... Se sim, sim. Se não, não. Whatever!

E nada disso é devido a uma fé cega em Deus (como é o caso da Poliana), ou por ter, finalmente alcançado a luz, sob a influência dos ensinamentos de Buda: a verdade é que sofrer cansa. Dá trabalho. E a mim, nem é a paciência que me falta... falta-me é energia! Tenho preguiça.

Thursday, August 21, 2008

O Tarot funciona!

Depois do suplício dos mosquitos e depois da lição do ácido xanturênico, nem parece verdade, mas encontrei oocistos nos mosquitos do cruzamento blablablablablablablablablabla blablablablablabla blablablablablablablabla blablabla blablablablablablablablabla blablablablablablablabla blablablablablablablablabla blablabla blablablablablabla blablablablablablabla e agora, os mosquitos vão picar os ratos e, se os ratos ficarem doentes eu já tenho garantido o material biológico para o meu doutoramento. Fantástico! Maravilhoso! Weeeeeeee

Ai, Marta... tinhas mesmo razão. Agosto é mesmo o mês... Que medo!

Monday, August 18, 2008

De repente, não mais que de repente...

Tudo que era mau ficou bom
e de todas as incertezas fez-se chão
da neblina fez-se luz...
(e graças a Deus que eu não sou poetiza, se não morria de fome!)

Mas já há visto, já há Brasil, já há férias... também já há pausa e quebra de paradigma, já há vida Paris Hilton, com pessoas Paris Hilton, na cidade Paris Hilton, ao alcance de um telefonema.

O final de Julho e início de Agosto foram marcados pela resolução, enfim!
E depois de tanta coisa que aconteceu em apenas 2 semanas, fui obrigada a accionar o desfragmentador de disco (do disco rígido do meu cérebro!). Porque eu ainda me surpreendo com as acções das pessoas... e pior, surpreendo-me ainda com as minhas reacções...

Wednesday, July 23, 2008

e o ratel sou eu??


Ontem descobri um animal fantástico: o ratel.

Também conhecido como honey badger, caça cobras nos altos das árvores e, mesmo velho e sem dentes, lutou durante 1h antes de ser morto por um leopardo.......

é melhor definido pela palavra tenaz.
Identificação automática!

Sunday, July 20, 2008

Junho foi e Julho já está quase...

Não sei porque cargas d'água eu, de vez em quando, meto na cabeça que tenho que me mover. Que fazer e acontecer. Que algo está mal e que tenho que fazer aquilo que faço melhor: RESOLVER.

Em Junho, então, DECIDI que haviam muitas pendências e que tinha que fazer alguma coisa. Enumerei tarefas, planeei datas e métodos. Fiz um plano de actividades, exactamente como fiz com os testes de droga e os ratinhos em Fevereiro e Março...
MAS o problema é que, (como apontou muito bem o Wanderson) quando o problema envolve mais que uma pessoa, já tem variáveis a mais e condições que fogem ao nosso controle...

E assim foi com a Task#2, a apresentação do meu trabalho, a Task#3 que era a resolução do visto, as Tasks#5 e #6 que são a comissão tutorial e a alteração do projecto... bem como as Tasks #1 e #4, que, apesar de tudo ter corrido como o planeado, tratam-se de coisas que não são e sim, vão sendo...

e cá estou eu, mais uma vez, de frente para a realidade de que as coisas (ao contrário das experiências com os ratinhos) não se definem, começam e acabam quando eu decido que é hora de RESOLVER.

...locked up inside of my loops...

Friday, July 11, 2008

Not Yet

Ah e tal, ok: fui ontem tratar do visto.


Não foi nem preciso me aborrecer. Disse calmamente que não achava justo pagar a multa e 1+1 são 2, a senhora do SEF conferiu e viu que estava tudo em ordem. Fiquei muito feliz.


Pois é, mas como não há doce sem acre, é a Casa da Moeda que emite o cartão de residência (que deve ser muito bonito e colorido, por sinal...) e isso demora, em média, 2 meses. Fantástico.


Mais dois meses com um recibinho (que dessa vez é branco!)... nada de Brasil... nada de Escócia.

Monday, July 07, 2008

Micróbio da Sociedade

Eu sou um micróbio da sociedade.

Tenho um relatório de actividades referente ao primeiro ano do meu doutoramento para entregar aos membros da minha comissão tutorial. Já vou a meio do segundo ano, e nada de entregar o relatório. Hoje passei pelo Coruja, que estava triunfante em relembrar-me deste facto. Ri-me sem jeito. Sou assim: relapsa... fazer o quê??

Recebi, finalmente a resposta do SEF quanto ao meu pedido da autorização de residência. Deferido. Pois, mas, para além da taxa do visto, tenho que pagar também uma multa por não tratar das coisas atempadamente. Uma multa porque o recibinho azul caducou......... Sou assim, já sabemos...

Venho pro laboratório e, não há ratos, não a Puedro... passo o dia todo sem fazer um caralho, pensando na hora de sair e ir pra esplanada. Está sol e calor. Dia de esplanada!

E acreditem, é só por má vontade que eu não trato das prendas e da organização de eventos............ porque, além de relapsa, sou assim: horrível!

Tuesday, July 01, 2008

Gígi

Ao debatermos o porquê do trabalho, os parasitas e as experiências falhadas serem capazes de exercer tamanho impacto no nosso humor.....


"Existem coisas piores na vida... mas a nossa vida é isto, pá..."

Sunday, June 22, 2008

a pedra

No meio do caminho tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

tinha uma pedra

no meio do caminho tinha uma pedra.




Nunca me esquecerei desse acontecimento

na vida de minhas retinas tão fatigadas.

Nunca me esquecerei que no meio do caminho

tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

no meio do caminho tinha uma pedra.



Drummond

Tuesday, June 17, 2008

Wednesday, June 04, 2008

Eu sou o máximo, eu sei...

...a respeito da falta de continuidade dos projectos, no blog do Marco Aurélio.......


"Verdade é que as coisas, tal como o futebol, acabam quando terminam."


Há dias em que até eu me surpreendo com minha capacidade de ser palerma!

Chegou o Verão!!!!


At last....

Até o Destak diz que agora vai!!!
E todos nós queremos acreditar!


Mas pena que a meteorologia tem sido tão fiável quanto o horóscopo!

Tuesday, May 27, 2008

Chove??

Não, não. Faz sol!

E assim passam os dias de primavera em Lisboa: na dança indecisa das nuvens...


-mais uma para o annoyance-

Wednesday, May 21, 2008

Era uma vez o Gazela...

... que, entre outras estórias lendárias, um belo dia, disse a seguinte frase:



"Ainda está para nascer o filha duma puta que nunca há de nascer na puta da vida dele."



Fantástico.

Thursday, May 15, 2008

Puta que pariu pros medicamentos na alfândega!!

Daquele em que a vida é só annoyance...

Uma pessoa vive até os 28 anos para alguma coisa... e se há uma coisa que aprendi é que a vida não tem graça se não acontece nada. (um dia ainda conto aqui a lenda dos cães da pradaria...)

E o que dá movimento, e consequentemente, piada à minha vida é o annoyance constante. Que fique claro: annoyance não é, de forma alguma, sinónimo de problema. Problema tira o sono, faz chorar, subverte a realidade e o futuro. Fode o dia... o mês, o ano!
Annoyance não. Só irrita e gasta o tempo.
Não bastasse o meu telemóvel que só recebe mensagens da TMN, da Ford, do Jumbo, da Sacoor Brothers (a Natália diz que eu vivo uma vida dupla. Normalmente sou assim, com polainas às riscas. Nos fins de semana em que ela não está em Lisboa, eu visto-me com camisa de botão cor de rosa bebê, calça jeans clara e sapatinho moccasin...), no laboratório tenho que pensar em preencher formulários para a Direcção Geral de Veterinária, ler papers sobre mosquitos, lavar gaiolas de mosquitos (ao som de "Quando eu te falei em amor" e D. Rosinha a buzinar-me quanto detergente se põe na água), escrever no site do CMDT, publicar as fotos do meu aniversário no Malária Delirium, comprar uns headphones novos porque os meus foram com o caralho, analisar sequências, pensar em encomendas que nunca mais chegam e em verbas que nunca mais são atribuídas, a impressora que não imprime, a internet que é lenta, o computador que é do século passado, quando há merda não há balde, quando há balde não há merda, e quando há merda e balde é hora do café (que sabe a merda).................... boooooooooring!!!

Mas tudo isso é só annoyance. E o tempo escorre por entre os dedos.

Para o comentador(a) anonimo(a): outra coisa que já se deve saber antes de chegar aos 28: SEMPRE existe alguma coisa para reclamar!!!

Wednesday, April 23, 2008

Baygon, baygon, barata com sabão!!


Ontem comecei.... comecei, não! começamos!

De novo:


Ontem eu e Gisela começamos uma experiência com a mosquitada.


(e lá vamos nós às definições...)

Gisela é a pobre alminha que (finalmente) chegou para me resgatar da vida workaholic e dividir comigo as tarefas árduas da rataria e afins... e com o bônus de que ela é fixe!!! E jeitosa! Sempre bom passar o bastão (ou parte dele) para gente competente!

e a mosquitada... bem, tenho que fazer um cruzamento genético bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla haplodiplobionte bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla troca de material genético bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla blabla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla ......... e os parasitas vão ser resistentes a duas drogas diferentes, o que, em suma, vai ser o máximo.

Mas trabalhar com mosquitos é muito melhor que trabalhar com ratos! Porque, na vida real, os moquitos proliferam muito bem na água podre... já no insectário, tuuuuuuuuuuuuuuuuudo tem que ser muito bem controladinho! mas, como quando há merda não há balde e quando há balde não há merda............................ enfim, a vida é um desafio.......

Viva a Gisela, as latas de Baygon e os ventiladores!!



Sunday, April 06, 2008

A maçã

Uma vez, há muito tempo (psicológico) atrás, no meio da minha inocência de pessoa de 22 anos, eu cheguei à brilhante conclusão, somando a+b, de que a vida da ciência é um sacerdócio. No meio das minhas utopias, achava que não era certo tirar um doutorado ou mestrado pelo dinheiro da bolsa. Deveria ser um trabalho feito com dedicação total, abnegação, perseverança. E depois, não valia a pena. Mais valia trabalhar numa loja, ganhar o mesmo e no fim do dia não ter que pensar mais naquilo. Foi nesse momento em que eu desisti. Porque me conheço. Sei que não sou uma pessoa de sacrifícios. Ou até sou, se a meta estiver logo ali, bem a minha frente, piscando em neon roxo e verde.

Passou algum tempo e eu descobri exactamente o porquê de eu ser sim talhada para essa vida: preciso de um trabalho intelectualmente activo e desafiador. No qual eu tenha a noção de que construo qualquer coisa, e de que, depois de tanto trabalho, irei chegar a algum lugar. Mesmo que veja, claro como a água, que estou apenas tentando adicionar um tijolo a uma parede duma catedral que talvez eu mesma nunca veja construída. Não sei sequer a dimensão ou o aspecto final, mas sei que estará lá. E que fiz a minha parte.

Quem corre por gosto, realmente não se cansa. Ou pelo menos, não deveria. Essa é a diferença. Não há sacrifício, sai naturalmente. E é por isso que eu continuo feliz (apesar das poucas horas de sono). Isto é o que eu faço. É o que eu amo. Mesmo com a rataria aos sábados e domingos. Ininterruptamente desde Janeiro, quando me despedi em grande da vida Paris Hilton......

E cá estou eu, seleccionando parasitas resistentes. My pride and joy. Aquilo que me move: lâminas positivas mesmo em presença de droga!


...mas eu queria poder ir à Veneza no feriado de 25 de Abril... :-(

Wednesday, April 02, 2008

28-03-2008

(aqui vai esta foto porque pensei non-stop no meu paizinho que, ao ver esta combinação chocante, diria: que escrotidão!! hihi)

No dia 28 fiz 28 anos. Tanto 28 que até tenho medo da sombra ameaçadora de Saturno... Mas para já, ainda nem sequer vi a ponte... por isso, ainda não a atravessarei.

Fiz uma festa que, na semana passada, me custou tempo, energia e serviu, acima de tudo, para dar outra motivação aos dias que, por aqui pelas terras lusas, já ficam cada vez mais longos.
A festa correu muuuito bem. Parece que foi mesmo um sucesso. Eu, pelo menos, diverti-me. Muito. Mas eu era o DJ e isso explica tudo.

Mas o que se diz quando se faz aniversário e a idade não pesa? Realmente, 28 parece-me um número já grande... nunca parei para imaginar como seria estar aqui, quando, nos idos dos meus 13 anos, idealizava a vida adulta. Pensava nos 18. Nos 20 e poucos. Nunca pensei nos 20 e muitos... também, estava tão longe... Eu e os planos a longo prazo.

A verdade é que, com essa idade, meu pai tinha uma esposa e uma filha de 1 ano. Eu sou estudante e vivo numa casa com móveis que não combinam... Outros tempos, bla bla bla.

Whatever. Ainda acho graça aos cabelos brancos que se multiplicam. Acho-os irônicos. Assim como achei irônico quando aquele garoto de rua (que tinha a minha idade, ou talvez, um ano a menos, que fosse) chamou-me "tia". Porque eu não sou uma senhora. Não sou um adulto já perto dos 30. Eu sou...... eu.

Tuesday, April 01, 2008

Adele

Fantástico. Merece ser visto e revisto. Muitas vezes!!

Thursday, March 20, 2008

A não-fase

Existem alguns conceitos fundamentais a serem introduzidos/relembrados antes de eu começar este post...

O primeiro deles é o do não-lugar. Este é um do Pedro da Natália (engraçado referir uma pessoa com uma personalidade tão marcada utilizando outra como referência...). O não-lugar consiste nas estações do metro, no metro propriamente dito, em todos os similares (trem, ônibus, etc etc) e ainda no meio da rua, ou em qualquer lugar que seja apenas um caminho ou meio de transição para outro. Ninguém marca de encontrar ninguém nesses lugares, ninguém está lá simplesmente. Passam por lá, de passagem. (desculpem o pleonasmo....).

O segundo é a situação aeroporto. Aquela descrita pela minha querida e saudosa Vivian Rumjanek como sendo toda e qualquer situação onde o tempo que se tem é demasiado curto para se fazer o que quer que seja, mas também muito grande para simplesmente esperarmos enquanto ele passa.

Por último, vem o conceito da não-história introduzido no meu vocabulário pelo Zé, também conhecido como Vicentinho. A não-história é todo e qualquer conto, fábula, estória... que, ao invés de contar com um desfecho interessante, absurdo, fantástico ou, pelo menos, relevante, tem sim, um final. Sem qualquer adjetivo que o complemente. Um final que não torna a história digna de ser passada adiante.

Posto isso, agora finalmente começar a dizer aquilo que pretendia.

Depois de uma conversa ontem com minha sister, soulmate and counter-part Alcira, acho que já cheguei à conclusão do que significam esses dias... é a não-fase. Onde a maior parte do tempo é passado em situações aeroporto, dentro de não-lugares, culminando em looooongas não-histórias. Porque ninguém conta algo como: saí de casa, apanhei os transportes, cheguei ao laboratório, fiz o meu trabalho, saí quando terminei, apanhei os transportes, cheguei em casa, jantei e dormi. Alguém morreu? O biotério explodiu?? O metro passou por cima de alguma velhinha?? Não, não, não.

Então, quando as pessoas perguntam como foi meu dia, eu só respondo: Tudo bem.
E sorrio. Genuinamente.

Monday, March 10, 2008

Your call is on hold. Please, hold the line.

E esta é da Naná!!

"Há dias que podiam ser apenas minutos."

Cabe de tantas formas diferentes, que nem sei se é justo......

Sunday, February 24, 2008

Áries com ascendente em Peixes... Fuck me sideways!!

Vivo eu, na minha vidinha Meg Ryan, discípula de Julia Roberts e Bridget Jones, por mais machona que eu queira ser... e até seja.

Mas bonito bonito é quando me apanho a chorar ouvindo "Naaaaaaaaaaa na na na-na-na-naaaah, hey Jude!!" no show do Paul Mc Cartney (no qual chorei do início ao fim), ou repetindo a frase mais psicologia Marrie Claire de todos os tempos: "People put you down enough, you start to believe it. The bad stuff is easier to believe. You ever notice that?" Sabedoria Pretty Woman.
Nem sei ao certo onde vou com essa conversa (a maior parte das minhas conversas ultimamente não vão a lugar nenhum!). Mas penso nisso desde que falei com a Al no Skype, justamente sobre isso.

Acho muita graça nessa coisa toda muito dual, quase barroca, que eu tenho de ser tão prática, moderrrrna, século XXII (!!) e ainda assim, deitar na cama pensando em borboletas a voarem no campo florido. Saber que tudo é um sonho irrealizável, porque a realidade é o que tenho hoje, mas ainda assim sorrir, imaginando como seria bonito se isso ou aquilo acontecesse.

Hoje o mood é este. Ouvir In my life, Do me a favour e Put your records on... Estou me tornando uma chata (ainda mais chata!!) com a merda da auto-crítica, da auto-análise, da auto-explicação e da auto-ridicularização.

Tudo tem sempre um parêntese.
E eu tenho sono.

Monday, February 18, 2008

Conjunção Astral

Há já um tempo, descobri que TPM e lua cheia era uma combinação explosiva, que sempre me deixava num estado ou deplorável ou insuportável de sequer olhar, quanto mais aturar.

Hoje, confirmei mais uma vez que tudo pode sempre ser pior. Inclusive as minhas ondas hormonais. E tudo graças à conjunção perfeita de todos os factores possíveis...

Fica aqui uma lista de coisas que eu odeio, mas vale lembrar que amanhã será como se nada tivesse acontecido.............

Mentruação, cólica, chuva, acordar muito cedo, sair de casa tarde, trânsito
chuva dentro de casa, chapinhar na água já às 7:30h,
carregar peso, cólica, chuva, pés molhados, frio na rua, calor nos transportes,
laboratório vazio às 11h,
não há papel, não há éter, não há kleenex, não há bateria no telemóvel,
ratos, lâminas, e-mail do Pedro às 13 que eu só respondi às 18h,
chuva, noite ao meio-dia, cólicas,
chuva, supermercado, carregar peso, gente estúpida, só ter dois braços....

quem merece?????????????? quero virar ostra.
... E SEM PÉROLA!!!!

Monday, February 11, 2008

sim, mas... não

Os dias têm sido muito estranhos ultimamente. Têm passado incrivelmente rápido, e estado tão cheios, que parece que uma semana já foi há meses! Não tenho tempo para nada... esfrego o olho e já é meia-noite... acordo cedo e durmo às 2h da manhã e mesmo assim, nunca há tempo para tudo........

Ao mesmo tempo, tenho a sensação de que nada acontece, que tudo é um grande vazio... olho para o dia e não sei onde foi que as horas se esvaíram, onde foi que os minutos me escorregaram por entre os dedos. Onde ou quando...

e depois, acontecem daquelas coisas que servem para por a vida em perspectiva... aquelas, tipo morte ou nascimento. Aquelas coisas da sala de jantar que reduzem tudo ao mais primário, que, no final das contas, é aquilo que somos... moléculas a colidirem aleatoriamente num fluido. Aquilo que TODOS nós odiamos ser, mesmo que sem essa consciência. Queremos mais, queremos a glória. Queremos algo que não existe. Algo que torne todo este acaso numa grande coerência, numa grande simetria.

"Freedom is just another word for nothing left to lose"

Monday, February 04, 2008

Carnaval é sabedoria



Hoje, graças ao desfile de Viradouro, acabei de descobrir que existe uma Confederação Brasileira de Desportos no Gelo...

E eu que tive que aturar meu paizinho a rir-se de mim quando disse-lhe, nos idos de 1980 e poucos, que queria ser patinadora de gelo....................

Sunday, February 03, 2008

Sabedoria de Tio

Mais uma daquelas célebres frases do meu Tio Beto:



"Passarinho que acompanha morcego amanhece de cabeça para baixo!"






Beautiful!

Thursday, January 24, 2008

Dr. Cox

Eu (in)explicavelmente tenho essa predileção pelos vilões das histórias.

Consigo lembrar desde os tempos remotos do Pentágono em que eu tinha aquela coisa pelo Loureiro, que era supostamente o professor mais carrasco do Universo (pelo menos do nosso universozinho de adolescente...).

Depois disso, sempre pude ver essa predileção pelos "maus" nas novelas (a Maria Regina e o Olavo são exemplos clássicos), nos filmes (a Mulher-Gato no Batman, o T-1000, no Terminator), nas séries de TV (o Sawyer, no Lost e o Sylar, no Heroes) e ainda na vida real (prefiro abster-me de citar exemplos....).

Agora minha paixão nova é pelo Dr Cox, aquele do Scrubs...

Sunday, January 20, 2008

...e se pensar aproximasse (parte 2)

Parece que tudo o que tenho feito ultimamente é pensar para ver se me aproximo... Ver se tenho mensagens no e-mail, se tenho mensagens no telefone, se tenho mensagens telepáticas de quem não vai escrever.

Nunca fui uma pessoa nostálgica. Platônica, talvez, mas nostálgica não. E nunca me perdi em pensamentos do que poderia/deveria ter sido e não foi. Sempre falei aquilo que me veio à mente, e ocultei aquilo que achava por bem não dizer. E raramente senti que me tinha enganado na escolha. Mas agora, enquanto lia um e-mail do meu primo Rodrigo, apanhei-me a pensar no porque de, durante o tempo em que vivemos na mesma cidade, não termos compartilhado mais da companhia um do outro... Tento acalentar a consciência com a idéia da diferença de idades que, antes era tão gritante, e que agora se dilui. E que, num futuro (próximo ou não) voltaremos a nos encontrar e conviveremos.

Sou assim, com esperanças, que muitas vezes sei serem vãs. Mas, nas quais acredito, não como uma promessa, mas como um sonho bom de sonhar. Aqueles que, quando acordamos, deixam-nos um sorriso no rosto durante boa parte do dia, e aquela sensação de que está tudo bem...

Wednesday, January 16, 2008

Espelho

Hoje estava no metro e vi uma menina que era a minha teenager counterpart. A garota devia ter por volta de 18 anos, tinha o cabelo preto esticado caído na cara, trazia uma gargantilha de picos, camiseta verde e calças jeans rabiscadas. Usava ainda uns braceletes. Olhei para ela e vi o meu reflexo, só que mais acentuado (afinal, eu sou uma senhora) e pensei "Ah, então é assim..." Ela vinha sentada junto com uma amiga, a partilhar os headphones e cantando Garbage: "I think I'm paranoid, and complicated"
Sentei-me de frente para ela, tenatando conter o meu sorriso de empatia. Tinha medo que parecesse invasiva ou simplesmente parva. Por isso, tentei fingir que não estava a prestar atenção.
Foi mesmo uma sensação engraçada... mas mais engraçado do que isso é pensar que, quando tinha a idade dela, eu não era assim. Ou era, mas não queria ser... Na verdade, eu era mais como aquela menina que, em Monte Alegre, ficou a olhar para mim e para a Natália como quem toma notas de como se comportar quando crescer...

Tuesday, January 15, 2008

hushhhhhh, little baby

Tanto por dizer e nada é dito. Mas também quem é que precisa de palavras?? Aquelas que se usam para preencher o vazio do desconforto, do erro, da clareza da manhã seguinte... Não! Aqui não há necessidade de dizer. Tudo o que já foi dito e que seria repetido e ouvido 100 vezes com o gozo da primeira. Mas não é preciso... e fica por dizer. Porque não há erro. Só clareza.

Feita de adamantium... sim. Mas só por fora!

E dizer adeus como quem diz até amanhã.





Quem será o astrólogo do meu paizinho???????

Wednesday, January 09, 2008

A única coisa a fazer é tocar um tango argentino

Hoje tive mais uma daquelas conversas cruciais que as pessoas têm com os orientadores...

Tenho uma meta a cumprir até agosto. Eu e as metas, sabe como é... E esta (não vou estar aqui com pormenores técnicos, afinal, isto não é um blog sobre ciência...), implicará na superpopulação de ratos, na abolição dos fins de semana e na extinção da minha existência neste planeta como ser humano.

Tem que ser, tem que ser....

Sunday, January 06, 2008

Quem merece ser eu?? (às avessas)

Andava eu aqui na minha vida cientista, já pensando (aproveitando as ditas resoluções de Ano Novo) em começar a juntar uns trocos para a próxima viagem ao Brasil, quando descobri que a FCT depositou $$ a mais na minha conta....

Fui lá, muito honestamente, perguntar se não se tratava de algum engano.... "Não senhora! o $$ é seu!" - disse-me o Careca (que é um Sr de olhos muito grandes e azuis que satisfaz as nossas dúvidas na sede da FCT em Lisboa). E qual não foi o meu espanto? E qual não foi a minha alegria?? Queria até dar um beijo ao Careca, que, por sua vez, manteve-se impávido e sereno...

Sim, o $$ está destinado a estranjas como eu, que vieram de fora da Europa, doutorarem-se cá. $$ para voltar e visitar a família, os amigos, o cachorro, o papagaio e o periquito! Quando eu quiser... SE quiser......

boas notícias!!

será que meu paizinho (ou o astrólogo do meu paizinho) tinha razão??

Não existem muitos exemplos das vantagens de ser brazuca (dentro e fora do Brasil)... um viva à FCT e ao Estado Português!

Thursday, January 03, 2008

Uma pausa

E 2008 começou. Não sei se o ano vai ser bom, mas sei que 2007 acabou muito bem, obrigada!

Viajei, na semana entre o Natal e o Ano Novo, e saí do universo que me rodeava e que me atormentava por já ser sempre a mesma coisa. É verdade que quando saímos e voltamos, os problemas estão exactamente onde os deixamos, mas sempre serve para dar uma relaxada, analisar com calma, ou ainda, com sorte, quebrar o paradigma. Neste caso, acho que foi um pouco de tudo. Ultimamente, 100% do que faço e dos que conheço, pertencem ao instituto, e quando as coisas começaram a me chatear no instituto, chatearam-me 100% da vida... Foi muito bom estar com gente diferente (e muito interessante), numa outra cidade, vivendo a "vida Paris Hilton" por uma semana inteira. Comer como se não houvesse amanhã, beber como se não houvesse ressaca...

Tenho o estómago do lado do avesso, o fígado destruído e a cabeça ainda lenta. Mas estou feliz. Diverti-me tanto que minha consciência judaico-cristã ocidental até se pergunta se não é errado.

De qualquer maneira, aquela conversa fiada de "ano novo, vida nova" pode ser bobagem, mas sempre mexe, mesmo com aqueles mais realistas. E eu estava a espera de que qualquer coisa mudasse (para melhor, óbvio!) neste ano. Meu pai disse-me que este ano será muito bom para os do signo de áries (vale ressaltar que esta é uma observação pouco convencional vinda de alguém tão cético no que toca a estes exoterismos...)! Vamos torcer...

De qualquer forma, fica aqui o agradecimento à Natália e ao Pedro que me aturaram e sustentaram durante essa semana. E também àqueles cuja presença num só dia já basta para gerar risos por semanas...


"Oh that boy's a slag the best you ever had!!
The best you ever had is just a memory and those dreams that ain't daft as they seem..."