Saturday, January 29, 2011

O bom filho à casa torna...

Bem, por aqui... nem sei. 2010 acabou. tenho que fazer força pra lembrar do que aconteceu. e aconteceram coisas... boas, más, importantes, sem significado nenhum. coisas.

fechei-me feito uma ostra. pra mim, pro mundo, pros outros, pra tudo. doía tanto, sangrava. precisava de hibernar, voltar a ser eu. e ainda assim, fechada a sete chaves, atrás de muros de contenção e armaduras de aço, houve jeito de deixar entrar gente que estou muito feliz por carregar comigo!

2011 começou. e como todo bom janeiro, não tem sido muito simpático. aliás... estou a procura de pós-doc e não encontrei ainda. e isso é tudo o que dá errado. não estou acostumada a não ter trabalho. mas isso é temporário.

e depois, há o que sempre houve... eu contra mim mesma, mania de analisar a análise, aquela coisa de sempre...

bem, neste exato momento, ando contando os dias... defendo a tese dia 11. depois vira-se a página. e fim.

Seja como for, só tenho um desejo pra 2011: viajar. ir.

Wednesday, June 02, 2010

Tetris é vida


"Às vezes as peças caem tão depressa que acho que não as vou conseguir virar..."

Dia 30...


... o blog fez 5 anos. CINCO!

Por aqui as coisas ainda não correm bem e eu já desisti de tentar entender se são proporcionais ou não ao sofrimento que causam. As coisas acontecem, planos A, B, C, D... J! E tudo sinergiza.

No momento presente, tenho a odisseia da mudança de Mém Martins para a casa nos Anjos. Como todos nós temíamos, as obras não ficaram prontas e não podemos ir para a casa nova. E temos que sair daquela onde estamos. Vou acampar por uma semana na casa da Houda, enquanto as minhas coisas ficam amontoadas num quarto de um outro apartamento no mesmo prédio... Fantástico.

A tese, o paper, o futuro, a casa, a ausência.
Muita instabilidade... e o tudo que corre no background.

http://www.youtube.com/watch?v=bPj7TxFGqzw&NR=1

I wish I can't remember...

Wednesday, May 05, 2010

Contos da Cripta V


Depois de sair do gabinete do Sr. Diretor, Maristela decidiu voltar a pé para casa. “Papai está no trabalho. Mamãe está sei lá onde. Eu sei o caminho.” Era uma tarde fria, chuvosa. Saiu assim mesmo e passados alguns minutos apercebeu-se de que não reconhecia o lugar por onde ia. As pessoas ao seu redor também eram todas estranhas e logo, quando a chuva apertou, escassearam-se até desaparecerem por completo. Agora sim, Maristela sentia medo, e logo permitiu-se chorar. A rua ficou muito íngreme, o vento, cortante. A chuva picava-lhe o rosto, como uma centena de insetos muito pequenos. Foi então que ela, simplesmente, parou. Pensou em sentar-se ali mesmo, no chão, a espera de alguém. Alguém tinha que se compadecer de uma criança ali, debaixo de chuva, naquela tarde tão escura. Alguém iria levá-la em segurança para casa.

Maristela olhou em frente. “Não.” 

Tirou o cabelo do rosto, enxugou, com as costas das mãos, as lágrimas misturadas com a chuva. Tornou a andar. O vento batia-lhe com força, mas ela, quase no mesmo lugar, continuava em frente. Para qualquer lugar… Suas pernas doíam, já não podia mais. Sua respiração entrecortada pelos soluços não lhe permitia apanhar o ar de que necessitava. Ela não abrandou. Convertia a dor daquele desamparo em energia para continuar andando. Para qualquer lugar…
A chuva parou por uns instantes. As lágrimas que marejavam seus olhos tinham secado e o que permitiu que ela visse três florinhas muito pequenas a saírem de uma fenda entre as pedras da calçada. Levantou a cabeça, com o coração a pulsar-lhe como se fosse rebentar.
Estava na esquina da rua onde morava. 

Tuesday, April 27, 2010

Ampersand

Uma das razões cruciais pelas quais não escrevo aqui é que quando falo, tudo parece uma catástrofe de uma dimensão adolescente.
Para muitos de nós, pessoas evoluídas, que se encontram acima destas lutas medíocres da vida quotidiana, tudo isso pode parecer uma bobagem. Mas para mim, os tempos atuais têm sido muito difíceis. Tudo o que acontece tem implicações fractais... como uma cebola, que pode ser desfolhada de fora para dentro eternamente, revelando a cada camada uma faceta cada vez mais dura do mesmo problema.

Esta sensação não é nova. Muito pelo contrário. Mas a novidade desta vez se encontra na interligação entre todos os eventos, em como tudo, ao fim ao cabo, acaba por ser mais do mesmo. E em como, uma vez tudo interligado, é impossível encontrar-se uma distração. Tudo lembra (e relembra) a primeira camada, que puxada, trás consigo a segunda, e assim por diante, numa cascata interminável.

Das coisas que acontecem diariamente, nada vem à mente quando sento aqui para escrever. Só o vazio que sinto na minha vida, a minha resignação em continuar respirando. Parece conversa de gente suicida. Ou demente. Mas não. Uma vez expliquei à Manhi (e depois à Gisela) que acho que a vida deve estar assente sobre vários pilares. Quando um falha, o edifício treme, mas lá estão os outros. Com calma, tudo se reconstrói. A sensação que tenho agora é que investi tudo num pilar só. Porque tomei os outros como certos. E de repente, tenho a sensação de que o edifício está prestes a ruir...

Meu pai disse-me um dia que eu faço tudo por mim mesma. Sou uma pessoa sozinha (talvez singular fosse a palavra... ou individual... una, não sei). Isso foi o que eu sempre quis: independência. Mas agora, acho que me enganei. Fui burra! Na verdade, eu não sou singular, sou metade. Em muitos aspectos, preciso estar de um dos lados do &. Mesmo que seja do outro. Acho que levei Donnie Darko a sério demais. E hoje esta é a sensação: Everybody dies alone.

Mas eu acreditei que seria diferente. E não foi culpa minha que não o tenha sido. Mas por que eu continuo achando que perdi minha última chance?? Por que eu continuo achando que cedo ou tarde, o meu verdadeiro EU, o meu karma, o meu fado, whatever!  entra em cena e tudo o que resta é aquilo que não importa??

Uma injustiça duríssima para com as coisas boas que tenho. Uma crueldade desumana.
Mas eu não disse que essa era a verdade. Disse que é assim que me sinto. O mundo não deixa de ser a cores porque os daltônicos vêem-no em preto e branco. E vale dizer: os daltônicos sabem (racionalmente) que o mundo não é (para a maioria das pessoas) como eles o percebem. Ainda assim, nada de ver a cores!

As pessoas (que são umas lindas!!!!) dizem-me que o tempo cura tudo! O tempo muda tudo! É verdade. Mas esta idéia não me traz conforto. Não quero esperar para ver se tudo muda... Não quero dar tempo ao tempo. Quero arrancar esta dor... engolir. vomitar. um corte e fim. R-E-S-O-L-V-E-R! Parar de ouvir Black como tema de fundo.

pff

Saturday, April 17, 2010

pff

Já faz muito tempo...

...que eu não venho aqui.
...que eu não tenho nada pra dizer.
...que eu não tenho vontade de escrever.
...que eu não estou bem.

Alguém pergunta: "Tudo bem?"
E eu,
momento 1: "Está tudo uma merda, mas vou continuar fingindo pra mim mesma que está tudo bem"
momento 2: "Está tudo uma merda, mas vou continuar fingindo pros outros que está tudo bem"
momento 3: "Está tudo uma merda, e não vale a pena esconder... aliás, que se fodam os outros!"
momento 4: "Está tudo uma merda, mas pfff e fujo dos outros para chorar"
momento 5: "Está tudo uma merda, e choro aqui mesmo, na tua frente, seja vc o filho da puta que for... o que é?? nunca estiveste mal na vida?? nunca viste lágrimas?? eu choro e sofro poque sou humana!"
momento 6: "Está tudo uma merda, mas vamos lá, isto não pode durar para sempre... mas tá difícil!"

Não fossem pelas pessoas que se importam...

Faz sol, às vezes...

Wednesday, January 27, 2010

Conectada e só

Nos dias de hoje, a possibilidade de haver um momento de tédio tende a zero. Para aqueles que seguem a tecnologia, esperar pelo transporte (seja ele qual for), um atraso de um amigo com quem nos vamos encotrar, etc... já não é mais motivo de agonia. Esperar tornou-se numa tarefa agradável. Porque, enquanto esperamos, pomos em dia a conversa com um amigo. Para isso serve o telefone móvel, que, além de te acharem onde quer que estejas, também te ajuda a achar! Viagens que nunca mais acabam??? Não é problema. Agarra-se no telefone e toca a tagarelar.

Outro aparelho portátil para ajudar nestes momentos é o iPod, ou qualquer outro MP3 player, óbvio! Para além de ouvires a tua música favorita, sem incomodares ninguém, ainda te livras da conversa estúpida de quem vai a falar no telefone ao teu lado.

Para quem está em casa ou no escritório, com conexão à internet, há imensos sites, blogs, redes de amigos, pode-se mandar um email, ler os que recebeste. Podes ir a procura de filmes, videos, séries...

Já consegui citar 3 exemplos, e eu nem sou muito boa em tecnologia.
Mas sabe qual é o melhor de tudo?
Tanta facilidade e a minha sensação é que as distâncias ficam maiores, a solidão mais pungente, o tempo mais vagaroso. Não há saudade pior do que quando ouço o barulho de fundo na casa da minha mãe ou do meu pai, no telefone. Não há solidão maior do que a da impossibilidade de se estar onde se quer, com quem se quer, depois de tão procurados e finalmente encontrados aqueles que realmente importam. Não há falta de comunicação maior do que falar-se frente a frente e sentir que a mensagem não passa! Não há mês maior que Janeiro.

Não há nada, NADA mais difícil do que esperar.

Wednesday, December 23, 2009

Eu odeio gente

90% das pessoas do mundo são estúpidas.
9% são MUITO estúpidas.

O pior é que eu nem sei se me encaixo nos 90...